Édipo Rei: resumo
A história de tragédia que envolve o rei Édipo tem
início com o seu nascimento. Segundo a lenda
grega, Laio, o rei de Tebas, foi alertado pelo oráculo de Delfos que uma
maldição iria se concretizar em sua família, seu próprio filho o mataria e
depois se casaria com a mãe.
Inquieto com a revelação, logo após o nascimento de
Édipo, seu filho com Jocasta, o rei julgou que a melhor solução seria matar o
menino antes que a profecia se realizasse.
Assim, o rei de Tebas ordenou que um servo levasse
o bebê ao Monte Citerão (entre Tebas e Corinto) e pregasse seus pés, deixando-o
lá para morrer.
No entanto, o menino foi salvo por um pastor e
acabou sobrevivendo. Pouco depois foi adotado por Pólibo, rei de Corinto, que
passa a tratá-lo como próprio filho.
Anos mais tarde, ao realizar uma consulta com o
oráculo de Delfos, Édipo ouve a mesma previsão dada a Laio, que mataria seu pai
e desposaria sua mãe.
Meu pai é Políbio, de Corinto; minha mãe, Mérope, uma dória. Eu era considerado como um dos maiores notáveis cidadãos de Corinto, quando ocorreu um incidente fortuito, que me devia surpreender, realmente, mas que eu talvez não devesse tomar um tanto a sério, como fiz. Um homem, durante um festim, bebeu em demasia, e, em estado de embriaguez, pôs-se a insultar-me, dizendo que eu era um filho enjeitado. (…) A revelia de minha mãe, e de meu pai, fui ao templo de Delfos, mas as perguntas que propus, Apolo nada respondeu, limitando-se a enunciar-me uma série de desgraças, horríveis e dolorosas; que eu estava fadado a unir-me com minha própria mãe, que apresentaria aos homens uma prole malsinada, e que seria o assassino de meu pai, daquele a quem devia a vida.
Crente que essa revelação envolvia seu pais
adotivos, Édipo decide abandonar a cidade para evitar tal desastre. Em dado
momento de sua andança, encontra um velho homem com quem discute em uma encruzilhada.
Este homem era seu pai biológico, que o jovem
desconhece, e estava acompanhado por uma comitiva. Em um surto de raiva, Édipo
acaba matando-os, restando apenas um sobrevivente. É nesse momento que a
primeira parte da profecia se realiza, o filho mata o próprio pai.
Édipo e a esfinge, 1808, em pintura de Jean Auguste Dominique Ingres. |
Seguindo sem rumo, chega às portas de Tebas, sua
cidade natal, e encontra a Esfinge que propõe-lhe um enigma até então nunca
solucionado. A Esfinge aterrorizava grande parte do povo tebano com seus
enigmas, posto que quem não adivinhasse era devorado por ela.
O desafio era: “Qual é o animal que tem quatro
patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?” Édipo conseguiu
desvendar: “O homem, que ao amanhecer é a criança engatinhando, entardecer é
a fase adulta, quando usamos ambas as pernas, e o anoitecer é a velhice que
caminhamos com auxílio de bengala“.
Édipo foi o único a acertar a resposta e acabou por
salvar sua vida e a da cidade, sendo considerado um herói. Assim, conquistou um
dupla recompensa, recebeu de Creonte, irmão da rainha e até então regente de
Tebas, o título de rei da cidade e a mão de Jocasta, viúva de Laio que foi
assassinado misteriosamente.
O novo rei de Tebas casa-se com Jocasta, que na
verdade é sua própria mãe e concretiza a segunda parte da profecia. Juntos,
têm quatro filhos.
Passam-se anos. Em dado momento, uma peste terrível
assola a cidade de Tebas. Após consultar o oráculo de Delfos, Creonte informa
ao rei que para salvar a cidade da epidemia é preciso encontrar e punir o
assassino de Laio.
Creonte: Vou dizer, pois, o que ouvi da boca do deus. O rei Apolo ordena, expressamente, que purifiquemos esta terra da mancha que ela mantém; que não a deixemos agravar-se até tornar-se incurável.
Édipo então garante a seus súditos que o
responsável será penalizado. Quando o cego Tirésias é chamado para ajudar nas
investigações, diz ao rei que o assassino está mais perto do que ele imagina.
Nesse meio tempo, chega um
mensageiro de Corinto noticiando a morte de Políbio, assim ele sente-se livre
da “maldição”, afinal seu pai morreu de velho. No entanto, passa a saber que
não era filho legítimo do rei de Corinto e sim filho de Laio.
Assim, Édipo se lembra então da
antiga profecia que o fez sair da cidade e percebe que seu destino se
concretizou. Desesperado, fura seus próprios olhos. A rainha, sua esposa e mãe
biológica, se suicida de desgosto.
Que morra aquele que, na deserta montanha, desprendeu meus pés feridos, e salvou-se da morte, mas salvou-me para minha maior desgraça! Ah! Se eu tivesse então perecido, não seria hoje uma causa de aflição e horror para mim, e para todos!
Édipo decide abandonar a cidade, mas
seguindo a sugestão de Creonte, permanece por mais algum tempo em Tebas, até o
momento em que seus dois filhos começam a lutar pelo poder. O rei os amaldiçoa
e torna-se andarilho mais uma vez.
Guiado por sua filha Antígona,
pressente que logo morrerá ao se aproximar dos bosques de Colono, por fim, a
terra que o acolhe se torna sagrada.
Curiosidade
- Sigmund Freud utilizou a peça da
tragédia grega para basear sua recém criada teoria psicanalítica. Na “Teoria de Complexo de Édipo”,
Freud defende que quando uma criança atinge a maturidade sexual, entende
as diferenças entre os sexos e tem sentimentos contraditórios de amor e
hostilidade (amor à mãe e ódio ao pai).
- Édipo significa “o de pés inchados”, um nome
compatível com a história do protagonista que teve os pés perfurados para
ser pendurado em uma árvore.
Principais
personagens
- Édipo: rei de Tebas e protagonista da trama.
É condenado por matar o pai, o rei Laio, e casar-se com a própria mãe;
- Rei Laio: rei de Tebas, casado com Jocasta,
com quem tem o filho Édipo;
- Rainha Jocasta: mãe biológica e esposa de
Édipo. Perde o contato com o filho, acreditando que ele está morto. Fica
viúva de Laio e acaba se casando com o próprio filho, com quem tem quatro
filhos;
- Camponês: recebe as ordens do rei Laio para
abandonar o menino na floresta a própria sorte, mas fica com pena do bebê
e o leva para casa;
- Políbio: rei de Corinto que adota o bebê
Édipo e o cria como se fosse seu filho;
- Mensageiro: quem revela que Édipo tem pais
adotivos;
- Servo: quem é ordenado a deixar Édipo para
morrer na floresta ainda criança;
- Creonte: irmão da rainha Jocasta, cunhado de
Édipo;
- Esfinge: ser mitológico metade leão e metade mulher que desafia Édipo.
Referência:
, Samara. Édipo Rei; Guia Estudo. Disponível
em: https://www.guiaestudo.com.br/edipo-rei
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