Um mapeamento da cidade medieval

 


Um mapeamento da cidade medieval

 Um dos símbolos mais fortes [da cidade] (...) poderia ser encontrado nas portas. Ao contrário das cidades do século XX, abertas para todos os lados, as cidades amuralhadas medievais tinham em suas portas o elo (...) com o restante do mundo. Algumas, como a cidade francesa de Carcassone, possuíam duas portas, enquanto outras, entre as quais Metz, também francesa, chegavam a ter dez. (...).

 

Nas comunidades florescentes do século XIII, havia alguns lugares propícios à convivência e sociabilidade. As prósperas cidades italianas possuíam pequenas praças com bancos de alvenaria, destinadas aos passatempos e bate-papos. Nas moradas abastadas, os encontros entre pessoas podiam ocorrer perto das capelas particulares, ou então no pátio, onde os homens (...) de grande fortuna se reuniam para tagarelar, discutir, gerir seus negócios. Para os menos afortunados, outros pontos de contato (...) situava[m]-se no poço público, cavado nas encruzilhadas e nas praças pelos próprios moradores de cidades como Bolonha, Piacenza e Florença, na Itália. A esses poços vieram se somar as cisternas, rede de canalização e fontes de água. Locais de abastecimento, eles serviam, eventualmente, como pontos de encontro entre homens, mulheres e jovens, que ali podiam conversar demoradamente. (...) O pelourinho, estaca feita de madeira ou pedra onde eram expostos os criminosos e aplicada a justiça

(chicotadas, ferro em brasa, mutilação de um membro), situava-se no centro da cidade.

O patíbulo, local destinado às execuções capitais, costumava ser erigido fora dos muros. (...) A principal referência coletiva da cidade, contudo, era o templo religioso. Não por acaso as igrejas encontravam-se em geral na área mais central. (...) A catedral não era apenas a “casa de Deus”, isto é, não desempenhava tão somente o papel religioso. (...) Ali, todos podiam ouvir os sermões, pregações e assistir a procissões – ou delas participar – e a representações teatrais, e também promover festividades nas datas comemorativas (...). Enfim, a igreja, ponto de ligação entre Deus e os homens, congregava em torno de si todos os fiéis da cidade.

 

MACEDO, José Rivair. Viver nas cidades medievais. São Paulo: Moderna, 1999. p. 20-22.

 

1. Qual é um dos símbolos mais fortes da cidade medieval? Explique.

2 Observe na imagem as ruas que dão acesso às portas da cidade. Quantas portas é possível contar?

3. Quais eram os pontos de encontro da população mais abastada da cidade?

4. Quais eram os pontos de encontro da população mais pobre da cidade?

5. Qual era a função do pelourinho e do patíbulo?

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