7 de setembro
Hoje 7 de setembro de
2019, comemoramos mais ano de independência administrativa do nosso querido
país, exatamente há 197 anos atrás, tivemos a oportunidade de quebrarmos os
grilhões que nos forjava da tirania e opressão do povo português.
O problema é que esta
data muitas vezes é lembrada com um viés positivista, é lembrada como uma
tentativa de construção da imagem de um grande herói, entretanto, o gesto de
declarar a independência do nosso país no ano de 1822, não mudou em
absolutamente nada a história de milhões e milhões de brasileiros.
Sabe por que?
Porque o 7 de
setembro foi um acontecimento elitista e não por acaso o grande escritor
brasileiro Lima Barreto teve a ousadia de afirmar há anos atrás a seguinte
questão: O Brasil não tem povo, somente espectadores. Nós poderíamos concordar
com esta afirmação diante de tantos episódios que ocorreram e tem ocorrido em
nossa história ao longo dos anos, porém, quando viajamos ao passado e
observamos a história de:
Zumbi
dos palmares, Joana
Angélica,Maria
Quitéria, André
Rebouças, João, Pedro, Francisco, Ana Rosa, etc
Nós percebemos que o
povo brasileiro não é espectador, não é apenas um ouvinte passivo, mas ele é o
protagonista da sua própria história, o povo brasileiro nunca quis ficar de
camarote, nunca quis ficar na plateia, NÃO, ele sempre quis estar no lugar que
é seu de direito. E onde é este lugar? No palco principal da história da vida.
Quando falamos de
povo brasileiro, falamos de heterogeneidade, nós falamos da mistura: falamos do
índio, da
sua resistência, do
seu conhecimento, da sua estratégia. O índio, não precisa
ser mais apresentado apenas como: Selvagem, incivilizado, de
forma alegórica com
cocar. Não. O índio ele deve
ser apresentado também como um povo que esta conectado a tudo que ocorre na
modernidade, sabe porquê?
Porque o fato de
estar inserido em nossa sociedade, não significa que ele precise perder a sua
identidade. E o que se observa ao longo da história, é um desrespeito gritante
para com os primeiros habitantes de nossa pátria.
Quando falamos de
povo brasileiro; falamos do negro. Falamos de um povo que ergueu e ajudou a
forjar a nossa sociedade.
Na independência do
Brasil, para nossa vergonha. O país seguia escravizando os negros africanos. Este inditoso
cometimento que acabou por macular indelevelmente a história da
nossa pátria, mas com muito sangue, suor e também com
muita resistência enfim, acabou-se a escravidão.
A escravidão física
acabou, mas precisamos acabar com a escravidão ideológica que assola
miseravelmente o nosso país os resquícios desta
página negra do livro da nossa história ainda exercem nefasta
influência à vida do nosso organismo social. A comemoração
do “Dia da Consciência Negra, arremete-nos a uma profunda reflexão a
respeito da prática indesejável do racismo em todos os quadrantes
da pátria brasileira. Infelizmente o nosso ainda é um país racista.
A Liberdade
plena neste país só haveremos de encontrar quando nos desvencilharmos
completamente da escravidão de nossa própria ignorância.
Liberdade
plena só quando vencermos a violência, o vício, a droga, o preconceito
e o analfabetismo. Liberdade plena só quando não mais houver a pedofilia,
o estupro, o aborto, a exploração sexual, a escravidão branca, e a
criminosa devastação da natureza. Liberdade plena só quando afugentarmos
o fantasma indesejável da corrupção, da fome e da miséria comandado
pela trilogia: orgulho, egoísmo e vaidade.
Hoje,
07 de setembro de 2019 ainda vivemos sobre as sombrias tentativas de
apagamento da memória e da identidade do Povo Negro, que estiveram
decisivamente em praticamente todos os momentos da história do Brasil, mas
convivem, até os dias atuais com o discurso da invisibilidade social e com as
atitudes de uma sociedade racista que apaga dos livros a história do
povo negro, como povo ativo na construção do Brasil.
Nós
povo caenense, povo baiano, devemos nos
orgulhar e muito da participação do negro no processo de independência do Brasil,
que se deu destacadamente na Bahia, culminando com o dois de julho. A partir
dessa data nós cravamos mais uma vez o nosso nome na história do nosso país.
Quando
falamos de povo brasileiro, falamos de crioulos, de imigrantes, mulheres, que
lutaram e continuam lutando para terem uma vida mais digna.
O
que nós fizermos aqui ecoará por toda a eternidade. E a pergunta que eu deixo
para cada um de vós é: como você quer ser lembrado? Como alguém passivo que
cruzou os braços para as injustiças? OU como alguém que não compactuou com os
erros, mentira e lutou para que tivéssemos uma sociedade mais justa e
igualitária. Eis o grande questionamento a decisão está em suas mãos.
Martin
Luther King em seu apoteótico discurso conhecido como: I Have a dream (Eu tenho
um sonho).Um sonho de que as pessoas fossem julgadas de acordo com os seus
delitos e não por causa de sua cor, eu também tenho um sonho. De que um dia
poderemos viver em harmonia, e respeitando todos os tipos de diversidade.
Porque
eu acredito nesta geração, pois a juventude vem para trabalhar, para resgatar
com garra e firmeza e uma nova era transformar, respeitando a natureza sem
destruir as cores da beleza que nos encanta e nos faz sonhar por que natureza é
vida e juventude e o povo unido com determinação constrói o progresso desta
nação.
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