Brasil Colônia




Desde a chegada dos portugueses no ano de 1500 às terras que hoje correspondem ao território brasileiro até os dias atuais, muitos fatos importantes marcaram a história do país.

Após o levantamento de inúmeros conteúdos que geralmente são cobrados nos editais de diversas instituições de ensino, bem como do ENEM, tive a preocupação de destacar este tema de grande relevância, para que a sua preparação rumo às melhores universidades não seja apenas um sonho, mas sim, uma realidade.

Gostaria de destacar para você que achegada dos portugueses nos anos de 1500 não significou uma consolidação do domínio colonial, pelo contrário. Portugal demonstrou um relativo desinteresse em explorar de forma efetiva essas terras. Sabe porquê? O comércio de especiarias era o objetivo central dos portugueses, uma vez que, Vasco da Gama obtivera sucesso ao traçar uma nova rota para as Índias.

Esse período foi marcado por inúmeras tentativas de invasão de outros países europeus, como França, Inglaterra e Holanda, que não concordavam em hipótese alguma com o famoso Tratado de Tordesilhas (1494). A partir de 1530 dois fatos foram extremamente importantes para que a coroa portuguesa voltasse a sua atenção para essas terras:

  • O declínio do comércio com as Índias.
  • Aumento de tentativas de invasões por parte de contrabandistas de pau-brasil

As expedições “policiadoras” enviadas pela coroa não obtiveram muito sucesso, motivo que levou o rei de Portugal D. João III, iniciar efetivamente a colonização do Brasil.

Em 1534 é utilizada uma estratégia adotada  pelos portugueses em outros territórios coloniais, como a Ilha da Madeira e Cabo Verde que foi o sistema das capitanias hereditárias, na intenção de começar o processo de povoamento na colônia. Uma estratégia digamos que, eficiente, haja vista que, povoou a colônia sem grandes custos para o Estado;  neste período o açúcar foi escolhido como atividade principal, pois ampliava-se o mercado consumidor europeu.



Este fato inaugura o estabelecimento de uma estrutura econômica um pouco mais sofisticada que é a montagem dos engenhos de açúcar e do sistema da plantation (latifúndios monocultores), bem como o emprego da mão de obra escrava, inicialmente indígena e, posteriormente, negra (africana).

Quanto aos indígenas lembramos-vos que, o alvo principal dos jesuítas eram esses povos, pois desde as anotações feitas por Pero Vaz de Caminha, os nativos são descritos como povos inocentes que iriam se converter sem maiores problemas. É sempre bom você perceber a grande relação existente entre Estado e Igreja, na medida em que ambas empreendiam medidas que colaboravam com seus interesses mútuos. Enquanto os jesuítas tinham apoio na catequização dos nativos, o Estado contava com auxílio clerical na exploração do território e na administração.


Quanto à escravização dos negros africanos, fiquem bem ligados (as), observe sempre às duas principais formas de resistência: cultural e física.

Via de regra, a relação entre senhores e escravos mostrava-se bastante tensa. Não era incomum que muitos cativos resistissem à escravidão. Suicídios coletivos na senzala e abortos provocados propositadamente por mães escravas eram eventos bastante recorrentes. A própria capoeira surgiu como uma criativa forma de resistência cultural dos escravos africanos frente à dominação europeia.

Outra forma bastante comum de resistência utilizada pelos escravos era a fuga do cativeiro. Aqueles que eram bem-sucedidos normalmente se refugiavam em comunidades clandestinas, os “quilombos”, onde também residiam ex-escravos – os “alforriados” – e trabalhadores livres pobres. Formavam-se, então, comunidades autossuficientes, capazes de produzir, mesmo que ilegalmente, o todo necessário à sobrevivência de seus integrantes.


Observe a questão:
(ENEM 2012) Leia o texto a seguir:

“Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio”.

(VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).

O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e:

a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.    

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