O
calvinismo
Enquanto
na Alemanha e em alguns reinos escandinavos (onde hoje se localizam a Suécia, a
Noruega e a Finlândia) o luteranismo avançava, uma reforma mais radical
iniciava-se na região da Suíça, onde havia importantes centros comerciais e uma
forte burguesia mercantil.
Foi
nessa região que o francês João Calvino refugiou-se, protegendo-se
das perseguições religiosas que ocorriam na França. Defensor da Reforma de
Lutero, Calvino entrou em contato, na Suíça, com outras ideias protestantes,
que o ajudaram a formar uma nova doutrina.
Calvino
manteve quase todos os princípios luteranos: a livre interpretação da Bíblia, o
fim do culto aos santos e às imagens e a abolição de todos os sacramentos, à
exceção do batismo e da eucaristia. Estabeleceu, porém, uma diferenciação
radical do luteranismo ao criar a ideia da predestinação absoluta, que afirmava
que Deus já havia, desde sempre, escolhido as pessoas que seriam salvas e
aquelas que estavam condenadas à morte eterna.
Assim,
de acordo com a doutrina calvinista, a fé não levava à salvação, mas era o
sinal da graça divina, a prova de que o homem pertencia ao rebanho de Deus. O
eleito, então, era aquele que trabalhava com vontade e determinação. A riqueza
e o lucro deixavam de ser um pecado e passavam a ser vistos como uma virtude,
um meio de glorificar a Deus. Essa ideia foi determinante para o sucesso das
teorias calvinistas.
O
calvinismo teve ampla aceitação na Suíça, fazendo de Calvino o principal líder
da Reforma naquela região. Da Suíça, o movimento calvinista penetrou na França
(onde seus seguidores eram os huguenotes), na Inglaterra (com os puritanos) e
na Escócia (com os presbiterianos). As regiões nas quais o calvinismo se
espalhou primeiramente eram locais onde viviam muitos comerciantes e banqueiros.
O
anglicanismo
O
movimento reformador na Inglaterra teve origem na própria monarquia inglesa. O
rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, desejava divorciar-se de sua esposa
Catarina de Aragão (filha dos reis católicos da Espanha), porque com ela teve
apenas filhas, deixando o trono sem sucessores homens.
O
rei queria casar-se, então, com a dama da corte Ana Bolena. Diante da recusa do
papa em lhe conceder o divórcio, Henrique VIII rompeu com a Igreja de Roma em
1531 e assumiu o poder absoluto na Inglaterra.
Três
anos depois do rompimento do rei com a Igreja católica, o Parlamento inglês
aprovou o Ato de Supremacia, que proclamou o rei como o único e supremo chefe
da Igreja na Inglaterra. Henrique VIII tornou-se assim o chefe da Igreja
anglicana, com o poder de nomear bispos, desapropriar terras da Igreja católica
e distribuí-las entre nobres ingleses.
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