As
invasões holandesas consistiram no maior conflito político-militar do período
da Colonização do Brasil, tendo ocorrido de 1624 a 1637. Em 1637, os holandeses
conseguiram estabelecer-se no nordeste brasileiro, tendo como governador o
príncipe Maurício de Nassau. Tais invasões ocorreram na fase da chamada União
Ibérica, iniciada em 1580 pelo rei Felipe II, da Espanha. Essa união foi
promovida após a morte do jovem rei Dom Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir em
1578.
IMPORTANTE:
O desaparecimento de Dom Sebastião foi recebido em Portugal com forte
inconformismo, dando origem ao Sebastianismo, crença no retorno do rei. Essa
crença milenarista e messiânica teve grande longevidade no imaginário popular
português e brasileiro, influenciando movimentos messiânicos como a Guerra de
Canudos (BA – 1893/1897) e a Guerra do Contestado (SC/PR – 1912-1916).
Antes
de Portugal unir-se à Espanha, a relação comercial que os portugueses mantinham
com os holandeses era amistosa e sem grandes confrontos. Com a União Ibérica, a
Espanha, que, como nação católica, era uma ferrenha opositora política do
protestantismo holandês, passou a determinar o modo como os portugueses
passariam a gerir seus engenhos de açúcar e a comercializar esse produto.
Entretanto, antes, o refinamento e a distribuição do açúcar português produzido
no Brasil eram feitos pela Holanda.
A
rixa entre Espanha e Holanda provocou a reação violenta dessa última. Os
holandeses, entre o fim do século XVI e o início do XVII, começaram a invadir e
a pilhar as regiões da costa ocidental da África, então pertencentes a
Portugal, bem como a colônia americana desse país, o Brasil.
Este
período de invasões podem ser divididos em dois grandes momentos:
- 1624-1625- Comandados por Jacob Willekens, mais de 1500 homens conquistaram Salvador e estabeleceram um governo na capital brasileira. Os holandeses foram expulsos no ano seguinte quando chegaram reforços da Espanha.
- 1630-1654- desta vez contra a cidade de Olinda (Pernambuco). Após uma resistência luso-brasileira, os holandeses dominaram a região, estabeleceram um governo e retomaram o comércio de açúcar com a região nordestina brasileira. Em 1637, a Holanda enviou o conde Maurício de Nassau para administrar as terras conquistadas e estabelecer uma colônia holandesa no Brasil.
Nassau
era um homem culto e liberal, tolerante com a imigração de judeus e
protestantes, trouxe consigo artistas e cientistas para estudar as
potencialidades da terra. Preocupou-se com a recuperação da agro-manufatura do
açúcar, concedendo créditos e vendendo em hasta pública os engenhos
conquistados.
Cuidou
da questão do abastecimento e da mão-de-obra, da administração e promoveu ampla
reforma urbanística no Recife (Cidade Maurícia). Concedeu liberdade religiosa,
fatores como esses foram fundamentais para o sucesso da administração de
Maurício de Nassau.
Os
altos gastos de Nassau no Brasil não correspondiam às necessidades holandesas,
o que culminou na sua destituição do cargo de presidente da Companhia das
índias Ocidentais em 1644. A nova gestão passou a exigir a liquidação dos
empréstimos contraídos pelos senhores de engenho, o que desencadeou uma reação
local conhecida como Insurreição Pernambucana (1644-1654). E após anos de
confrontos, os colonos portugueses apoiados por Portugal e Inglaterra,
conseguiram expulsar os holandeses das terras brasileiras. No ano de 1654
A
partir de então os holandeses passaram a produzir açúcar nas Antilhas a preços
mais baixos que os praticados no Brasil, e
nesta concorrência os holandeses saíram como “vencedores” e o açúcar
brasileiro mergulhou em forte decadência, se recuperando somente no século
XVIII com as minas de ouro.
(PUC-RS)
As
invasões holandesas no Brasil, no século XVII, estavam relacionadas à
necessidade de os Países Baixos manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio
do açúcar na Europa, que havia sido interrompido
a)
pela política de monopólio comercial da Coroa Portuguesa, reafirmada em
represália à mobilização anticolonial dos grandes proprietários de terra.
b)
pelos interesses ingleses que dominavam o comércio entre Brasil e Portugal.
c)
pela política pombalina, que objetivava desenvolver o beneficiamento do açúcar
na própria colônia, com apoio dos ingleses.
d)
pelos interesses comerciais dos franceses, que estavam presentes no Maranhão,
em relação ao açúcar.
e)
pela Guerra de Independência dos Países Baixos contra a Espanha, e seus
consequentes reflexos na colônia portuguesa, devido à União Ibérica.
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