Crédito: Arquivo AH / Sattu |
Esparta formou-se no
sudoeste do Peloponeso, na região da Lacônia cercada por montanhas e sem saída
para o mar. Por volta do século XII a.C., foi conquistada pelos dórios, povo
guerreiro que deu à cidade suas principais características.
Sociedade e política
Ao longo da história
da cidade, a população de Esparta dividiu-se em três camadas sociais: os
cidadãos, os periecos e os hilotas.
- Os cidadãos, chamados espartanos ou espartíatas, eram descendentes dos antigos dórios e formavam a classe dos iguais: a aristocracia. Só eles podiam participar da vida política da cidade, em uma assembleia chamada ápela.
- Os periecos descendiam dos povos que se submeteram aos dórios. Eram homens livres que se dedicavam ao comércio e ao artesanato ou possuíam pequenas propriedades agrícolas, mas eram obrigados a cultivar um lote especial de sua propriedade para os reis espartanos.
- Na base social espartana apareciam os hilotas, população servil, descendente de povos que resistiram ao domínio dos dórios, sendo privados de seus bens e da liberdade. Formavam a maior parte da população. Eram obrigados a trabalhar nas terras do Estado e dos cidadãos espartanos e não podiam abandonar as terras. Como consequência disso, houve muitos conflitos entre espartanos e hilotas.
Acredita-se que
Esparta tenha sido governada, inicialmente, por um rei. A partir do século VII
a.C., a monarquia perdeu o poder, mas não se extinguiu completamente. O governo
espartano passou, então, a ser constituído por uma diarquia, pela ápela, pela
gerúsia e pelo eforato.
- A Ápela - Assembleia da qual participavam os cidadãos (isto é, espartanos com 30 anos ou mais) Votavam sem discutir as propostas da gerúsia.
- A gerúsia - Era uma espécie de conselho formado por 30 anciãos com mais de 60 anos, membros das famílias mais ricas. Sua função era a de elaborar as lei, decidir se a cidade devia ou não participar de uma guerra e ulgar os crimes
- O eforato era formado por cinco membros, os éforos, que executavam as decisões da gerúsia.
A maior parte dos
habitantes de Esparta não tinha nenhum tipo de participação política, pois
vinham quase sempre de cidades conquistadas pelos espartanos, o que os levava a
serem considerados inferiores. Por isso, o governo espartano era oligárquico,
ou seja, exercido por uma minoria.
A educação dos
espartanos e a formação dos cidadãos
Todos os cidadãos
deveriam ser preparados para servir à cidade. Assim, quando nascia uma criança,
ela era levada ao lugar onde se reuniam os mais velhos, que a examinavam. Caso
apresentasse alguma deformidade, o recém-nascido era morto. Se o considerassem
saudável, ficava sob os cuidados da mãe.
As crianças
dedicavam-se ao exercício militar e habituavam-se a suportar o frio, o cansaço,
a fome e uma disciplina bastante rigorosa. As meninas também praticavam
atividades físicas, mas com o objetivo de gerar filhos fortes e saudáveis.
Aos sete anos, os
meninos espartanos eram levados para um tipo de quartel ou acampamento nas
montanhas. Lá, eles aprendiam a ler, a contar e a escrever, além de estudar
literatura e música. Também praticavam exercícios físicos para crescerem fortes
e prontos para a guerra. Sua instrução incluía o manejo de armas, corridas,
saltos, lançamentos de disco e de dardos, além de esgrima. Viviam descalços e
com poucas roupas, em casernas sem conforto, para habituarem o corpo às
dificuldades e às privações.
Os meninos também
passavam por várias provas de iniciação. Uma delas,realizada quando completavam
16 anos, era a críptia: à noite, eles deveriam buscar alimentos sem serem
pegos. O objetivo mais importante da prova era fortalecer o caráter do jovem,
que deveria saber como traçar estratégias para não ser capturado. Os que não
fossem considerados aptos para a guerra caíam numa condição inferior dentro do
grupo de espartanos.
Depois de receber
essa formação, era considerado cidadão com direito a participar da ápela. Aos
20 anos, o jovem ingressava no exército e, aos 30, recebia permissão para
casar, mas visitava a esposa secretamente. Recebia de presente uma área de
terra e alguns hilotas. Ficava proibido por lei de praticar outra atividade que
não fosse a militar: todo espartíata era essencialmente guerreiro.
Esparta possuía o
exército mais poderoso da Grécia. Voltados para o combate, os cidadãos
espartanos sobreviviam basicamente de produtos cultivados pelos hilotas. Em
Esparta, o comércio externo com outras poleis praticamente não existia.
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