Foto: Ben Birchall/PA via AP |
Ouvi de alguns homens brancos e de alguns soldados as mais repulsivas histórias. O antigo homem branco (eu me sinto envergonhado de minha cor todas as vezes em que penso nele) se postava na porta do armazém para receber a borracha dos pobres-coitados trêmulos, que, depois de semanas de privações nas florestas, tinham ousado chegar com o que foram capazes de coletar. Quando um homem trazia menos que a porção apropriada, o homem branco encolerizava-se e, tomando um rifle de um dos guardas, fuzilava-os na hora.
Raramente a quantidade de borracha aumentava, mas um ou mais eram fuzilados na porta do armazém ‘para fazer os sobreviventes trazerem mais a próxima vez’ Homens que tentavam fugir do país e tinham sido apanhados foram trazidos para a estação e enfileirados um atrás do outro e uma bala albini era disparada através deles. ‘Uma pena desperdiçar cartuchos nesses miseráveis’, dizia ele”
CARROL
JR., Harry. The development of civilization. Nova York, Scot Foreman, 1966.
Agora
que você já leu este pequeno relato sobre a colonização no continente africano,
eu te convido à fazer uma breve reflexão. No dia 25 de maio de 2020, grande
parte da população mundial ficou perplexa com a morte de George Perry Floyd Jr.
um afro-americano de 46 anos, assassinado em Minneapolis, estrangulado por um
policial branco que ajoelhou em seu pescoço por um período de 8 minutos e 46
segundos, durante uma abordagem por
supostamente usar uma nota falsificada de vinte dólares em um supermercado.
A
partir deste momento diversos movimentos de protestos eclodiram e gerou uma
onda de inconformismo que tomou às ruas em mais de 350 outras cidades nos
EUA, porém, este movimento não se restringiu apenas ao país norte americano como
também, em boa parte dos países europeus, onde inclusive uma estátua de Edward
Colston, um comerciante de escravos do século XVII, foi derrubada e jogada ao
mar em Bristol, na Inglaterra. A cidade decidiu não reinstalar as estatuas. Há
quem defenda que derrubar monumentos históricos é apagar a história.Para esses,
seria bem mais interessante fazer a realocação dessas estátuas de vias públicas
para outros locais, como museus e centros de conservação. Assim, ainda poderiam
ser objeto de estudo e poderiam servir como exemplo e lição para que esses
eventos históricos não voltem a se repetir. Para os manifestantes anti-racismo,
as imagens são símbolos de figuras que incentivaram a opressão que não deveriam
ser homenageadas.
(Samuel Boivin / NurPhoto / NurPhoto via AFP) |
Na
cobertura dos protestos que resultaram na derrubada da estátua, um repórter da
Rede Globo destacou que a figura que rodou rio abaixo, Edward Colston
(1636-1721), era traficante de escravos e foi responsável pela retirada de 84
mil pessoas da África no final do século 17. O monumento em sua homenagem
ocupava aquele lugar em Bristol desde o século 19.
Na
Bélgica, a estátua do rei Leopoldo 2º, responsável pela morte de 10 milhões de
pessoas no Congo Belga, antiga colônia de propriedade pessoal do monarca,
também caiu pela mão de manifestantes.
Foto: Jonas Roosens / Belga / AFP |
Aproveitando
que estamos estudando sobre a África e os impactos do imperialismo no
continente, vasculhei a internet e encontrei no site Guia do Estudante, este
tema bacana para vocês desenvolverem uma redação com o tema: a destruição de
monumentos como forma de protesto. Esta atividade será usada como instrumento
avaliativo, desde já, comunico que só receberei o respectivo trabalho até o dia
24/09/2020.
Fontes:
Boulos
Júnior, Alfredo. História: Sociedade e cidadania, 9º ano - 2. ed.- São Paulo:
FTD, 2012.
Mota,
Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2002.
https://veja.abril.com.br/mundo/movimento-anti-racista-nos-eua-gera-reflexao-sobre-simbolos-e-producoes/
https://guiadoestudante.abril.com.br/redacao/tema-de-redacao-a-destruicao-de-monumentos-como-forma-de-protesto/
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/06/09/cidade-da-belgica-retira-estatua-de-polemico-rei-apos-protestos-antirracistas.ghtml
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